Importância da avaliação hemodinâmica invasiva no diagnóstico de um caso pericardite constritiva

 

 

Anabela Raimundo, Manuel Sousa, Manuela Coelho, Vitor Garcia Nunes, Fernando Lacerda Nobre

 

Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente

Hospital de Santa Marta, Lisboa, PORTUGAL

 

rop84396@mail.telepac.pt

 

 

 

Resumo

Apresenta-se um caso de pericardite constritiva tuberculosa, cujo diagnóstico foi dificultado pelos vários achados ecocardiográficos.

Doente de 42 anos, raça negra, com hábitos etanólicos, internado por derrame pleural a esclarecer. Teve alta com o diagnóstico de provável tuberculose pulmonar e pleural. No ecocardiograma não apresentava constrição pericárdica. Reinternado 5 dias depois por agravamento clínico. Segundo ecocardiograma: não conclusivo. Alta. Reinternado 48h depois por novo agravamento sintomático. Terceiro ecocardiograma: Constrição pericárdica. Transferido para o serviço de cirurgia cardio-torácica. No pós-operatório de drenagem pleural e biópsia pericárdica: edema pulmonar agudo e choque com necessidade de ventilação  e uso de aminas vasoactivas. Ecocardiograma de urgência sem alterações significativas. A monitorização hemodinâmica revelou tratar-se de choque cardiogénico, secundário a constrição. Foi realizada pericardiotomia subtotal ante-frénica.

Apesar do número cada vez mais reduzido de indicações para a monitorização hemodinâmica, neste caso,  esta forneceu dados sobre a função cardíaca que confirmaram a suspeita diagnóstica e consequente terapêutica.

 

Palavras chave: Pericardite tuberculosa constritiva; Monitorização hemodinâmica invasiva; Corticoterapia; Pericardiotomia.

 

 


 

Introdução

A pericardite constritiva é uma entidade nosológica rara, cuja etiologia se tem vindo a alterar ao longo do tempo. Até aos anos 70 a etiologia infecciosa com particular ênfase na tuberculose era a causa mais frequente a seguir às idiopáticas. Com a era da terapêutica anti-bacilar e consequente diminuição da incidência da doença, tornou-se cada vez mais raro o seu aparecimento em Portugal. No entanto o surgimento da síndrome de imunodeficiência adquirida e as infecções a este associadas, nas quais se incluem a tuberculose, levaram ao reaparecimento dos seus diferentes quadros clínicos (6). É importante referir que nas séries americanas a etiologia mais frequente são as pericardites pós cirúrgicas e as pós radioterapia o que mostra a evolução da medicina nas últimas décadas (1-3).

A história natural da pericardite tuberculosa caracteriza-se por um quadro inicial de derrame pericárdico que vai sendo progressivamente absorvido, com subsequente espessamento do pericárdio, proliferação de granulomas e deposição de uma espessa camada de fibrina no pericárdio parietal, podendo ou não existir o aparecimento de caseum que penetra o miocárdio. No estádio final da doença os granulomas são substituídos por tecido fibroso e colagéneo. Estas alterações são seguidas da deposição de cristais de colesterol e calcificação. A instituição de terapêutica com anti-bacilares consegue interromper esta evolução em cerca de 50% dos casos (4) , sendo a corticoterapia adjuvante em geral aconselhada, apesar de existirem algumas dúvidas quanto à sua eficácia (6,7). Um estudo realizado na África do Sul onde a incidência de pericardite tuberculosa é significativa descreveu o benefício desta terapêutica na pericardite constritiva (5), não havendo no entanto nenhum estudo sobre a sua eficácia no estádio inicial. Assim alguns autores defendem o seu uso apenas nos doentes gravemente doentes com derrames recorrentes que não respondem à terapêutica anti-bacilar. Quanto à pericardiotomia a grande maioria dos autores defendem a sua precocidade em doentes com grandes derrames, quadros clínicos compatíveis com compressão cardíaca por tamponamento-constrição ou constrição precoce (6). A suportar esta recomendação existem vários estudos que referem um melhor prognóstico com a recuperação de todos os sintomas quando a cirurgia não é protelada (9).

Uma síndrome de baixo débito cardíaco pode persistir após a pericardiotomia num número considerável de doentes, tendo sido apontado como causa para este fenómeno um envolvimento do miocárdio com fibrose epicárdica penetrando profundamente ou alterações atróficas do miocárdio por constrição prolongada (4). Assim a permanência de sintomas é mais frequente quando já existe calcificação do pericárdio ou o processo tem uma maior duração.

O diagnóstico desta doença foi sempre alvo de interesse em face da dificuldade que apresenta (10). Actualmente com os meios diagnósticos ao nosso dispor  a determinação da etiologia e da existência de constrição está mais facilitado. O tamponamento cardíaco e a cardiomiopatia restritiva são entidades cujo diagnóstico diferencial deve ser considerado fundamental. Este torna-se ainda mais complicada visto estas poderem estar associadas (8). O aparecimento das técnicas de imagem tais como a TAC e a ressonância magnética e o importantíssimo papel do ecocardiograma especialmente do doppler cardíaco, com a descrição das diferentes características  de cada uma destas entidades nosológicas (11-14), vieram facilitar grandemente o diagnóstico destas patologias e retirar ao cateterismo cardíaco e à monitorização invasiva o seu papel neste contexto, nos doentes estáveis do ponto de vista hemodinâmico e ventilatório (11-13). Ainda mais quando a monitorização cardíaca invasiva apresenta indicações cada vez mais restritas e precisas. No entanto nas situações agudas com necessidade de internamento em unidades de cuidados intensivos em que os doentes necessitam de suporte ventilatório o papel do ecocardiograma transtorácico está francamente prejudicado, em face das limitações que apresenta neste contexto - limitações à mobilização do doente e à qualidade das imagens durante a ventilação mecânica ou no pós-operatório (15).

 

Caso clínico

Doente de 42 anos, raça negra, com hábitos etanólicos acentuados, internado por derrame pleural a esclarecer. Foi efectuada drenagem de líquido e biópsia pleural. O líquido apresentava características de exsudado e o resultado histológico da biópsia foi “...marcado infiltrado inflamatório crónico com presença de ocasionais granulomas epitelióides com necrose caseosa e células gigantes tipo Langhans. Compatível com Pleurite granulomatosa, consistente com etiologia específica.". Realizou TAC torácica (Fig. 1) que mostrou derrame pericárdico com aparente espessamento dos folhetos pericárdicos, a valorizar por ecocardiograma. Condensação da lingula, com broncograma aéreo associando-se a derrame pleural homolateral. Registam-se adenomegalias em topografia pre-vascular, latero-traqueais, pre-carinais e sub-carinais, nestas últimas observam-se calcificações.

 

Fig. 1:  Tomografia axial computorizada torácica mostrando derrame pericárdico (seta).

b


 

Os aspectos descritos podem corresponder a processo pneumónico específico, a valorizar com os dados clínicos/laboratoriais.” Efectuou ecocardiograma (Fig. 2 e 3) para esclarecimento da situação cujo resultado foi: “Ventrículo esquerdo não dilatado/razoável função sistólica global. Sem evidência de valvulopatia estrutural. Insuficiência mitral ligeira, aurícula esquerda não dilatada, derrame pericárdico volumoso, conteúdo muito ecogénico (fibrina? empiema?). Sem sinais de aumento da pressão intra-pericárdica. Derrame pleural esquerdo volumoso”.

 

 

Fig. 2: Ecocardiograma em via apical 4 câmaras mostrando derrame pericárdico com conteúdo sugestivo de fibrina.

 


Fig. 3: Primeiro eco Doppler do fluxo das veias supra hepáticas.


Teve alta com o diagnóstico de provável tuberculose pulmonar e pleural, baseado no resultado da biópsia efectuada, sem isolamento de agente. Tendo iniciado anti-bacilares (Isoniazida, Rinfapicina, Etambutol e Pirazinamida) e Prednisona. Foi reinternado 5 dias depois por dispneia para pequenos esforços e volumoso derrame pleural esquerdo. Este foi novamente drenado, tendo surgido pequeno pneumotórax iatrogénico que resolveu espontaneamente. O aparecimento de edema  dos membros inferiores e agravamento da dispneia justificou novo ecocardiograma (Fig. 4): “…diminuição do derrame pericárdico, a análise do fluxo das supra-hepáticas não esclareceu sobre a existência de constrição pericárdica”.

 

 

Fig. 4: Segundo Eco Doppler do fluxo das veias supra hepáticas.

 

 

O agravamento da clínica condicionado pelo refazer do derrame pleural motivou segunda drenagem com melhoria. O aparecimento de condensação pneumónica justificou antibioterapia com ceftriaxone e gentamicina. Tendo ainda sido introduzidos IECA e diuréticos com melhoria do quadro, além da terapêutica com anti-bacilares e prednisona que manteve sem interrupções. O doente teve alta, sendo reinternado 48h depois por agravamento sintomático. Apresentava na altura derrame pleural esquerdo, ascite com discreta dilatação das veias supra-hepáticas confirmadas por ecografia abdominal (Fig.5 e 6) e edemas dos membros inferiores.

 

 

Fig. 5: Ecografia abdominal revela volumosa ascite.

 

 

 

Fig. 6: Ecografia abdominal mostra dilatação das veias supra-hepáticas.

 

 

Realizou ecocardiograma (Fig. 7) que revelou "…espessamento pericárdico de 10mm, derrame pericárdico, baixa mobilidade do VE, sugerindo constrição pericárdica…".

 

Fig. 7: Terceiro Eco Doppler do fluxo das veias supra hepáticas com padrão sugestivo de constrição pericárdica.


 

Foi transferido para o serviço de Cirurgia Cardio-Torácica do Hospital de Santa Marta para resolução da situação. À entrada apresentava  valores tensionais tendencialmente baixos, tons cardíacos apagados, auscultação pulmonar com murmúrio vesicular diminuído nos dois terços inferiores do hemitórax esquerdo, ascite franca, circulação colateral abdominal visível e edemas dos membros inferiores até às articulações dos joelhos. Perante este quadro foi decidido efectuar drenagem de derrame pleural, drenagem de derrame pericárdico e biópsia pericárdica. A cirurgia decorreu normalmente com drenagem de cerca de 1000cc de líquido pleural e uma quantidade insignificante de líquido pericárdico. No pós-operatório imediato após extubação e recobro da anestesia desencadeia  edema pulmonar agudo e choque (hipotensão e anúria) com necessidade de ventilação mecânica e  suporte de aminas vasoactivas em doses elevadas. Efectuou paracentese evacuadora para alívio de ascite, seguida de ecocardiograma urgente na Unidade de Cuidados Intensivos de Cirurgia Cardio-Torácica para esclarecimento da etiologia do edema pulmonar, com o seguinte resultado: “Más imagens. Em paraesternal consegue observar-se que o ventrículo esquerdo não está dilatado e a função sistólica está globalmente conservada. Válvulas mitral e aórtica sem alterações. Pericárdio parecendo espessado, sem derrame ou com derrame pequeno.” . Transferido para a Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente por manutenção de choque refractário à terapêutica instituída. À entrada apresentava ingurgitamento jugular, PVC elevada, débito urinário reduzido, hipotensão grave, taquicardia, estase discreta na auscultação pulmonar da base esquerda, edemas dos membros inferiores até à raiz dos membros, saturações de O2 de 95% e temperatura axilar de 38,5°C. Perante a gravidade da situação e a resistência às medidas terapêuticas instituídas (dopamina, dobutamina e noradrenalina em doses elevadas) foi decidida introdução de catéter de Swan-ganz para monitorização hemodinâmica, o que foi efectuado sem complicações. Os valores obtidos foram os seguintes: Débito cardíaco-2.6 l; Índice cardíaco-1.4 l/m/m2; Resistências vasculares sistémicas-2017 mmHg; Resistências vasculares pulmonares-163 mmHg; Índice de trabalho do ventrículo esquerdo-9 g.m/m2; Índice de trabalho do ventrículo direito-1 g.m/m2; Pressão venosa central-22 mmHg; Pressão capilar pulmonar-20 mmHg; Pressão aurícula direita-22 mmHg. Perante estes valores admitiu-se choque cardiogénico por pericardite constritiva tendo sido efectuada pericardiotomia subtotal ante-frénica e colocação de drenagem torácica à esquerda. O aspecto macroscópico da peça operatória (Fig. 8) era de pericárdio parietal espessado e camada de caseum entre os folhetos pericárdicos e o resultado anatomo-patológico mostrou necrose caseosa e células gigantes tipo Langhans (Fig. 9).

 

 

Fig. 8: Aspecto macroscópico da peça operatória mostrando pericárdio parietal espessado e camada de caseum entre os folhetos pericárdicos.


 

 

Fig. 9: Imagem microscópica mostrando necrose caseosa e células gigantes tipo Langhans.

 

 

 

No pós operatório apresentou disfunção ventricular com baixo débito com necessidade de suporte de aminas vasoactivas prolongado e dificuldade no desmame do ventilador, interrompidos o primeiro ao 5º dia e o segundo ao 3º, assim como a monitorização hemodinâmica.

Foi efectuado ecocardiograma ao 6º dia de pós operatório com o seguinte resultado: "Boa função sistólica global do ventrículo esquerdo; relação E/A normal; Sem derrame pericárdico significativo (posterior 5mm)".

O exame cultural da peça cirúrgica foi positivo para BK ao 30º dia de incubação. Durante todo este processo manteve terapêutica anti-bacilar tripla e corticoterapia, tendo sido transferido para o hospital de origem melhorado.

 

Discussão

Nas descrições clássicas da pericardite constritiva tuberculosa o diagnóstico era feito pelo aparecimento de calcificações na radiografia de tórax, o que na realidade actual se torna cada vez mais raro e dificulta o diagnóstico. Neste doente parece claro o desenvolvimento de um folheto pericárdico fibro-elástico que condicionou o quadro de constrição, sem calcificação.

Nos últimos anos têm surgido múltiplos artigos sobre o diagnóstico da pericardite constritiva por ecocardiograma, sendo as alterações evidenciadas no estudo doppler pulsado ao nível das veias supra-hepáticas e da válvula mitral e a sua variação com a respiração assim como as velocidades diastólicas do ventrículo esquerdo no eixo longitudinal determinadas por doppler que têm despertado mais interesse (11-14). Além como é óbvio da observação de espessamento pericárdico e/ou derrame pericárdico no modo M e bidimensional. Neste doente os ecocardiogramas efectuados demonstraram inicialmente uma pericardite, caracterizada por derrame pericárdico volumoso a fase exsudativa aguda, mas que aparentemente não condicionava alterações da função, tendo o segundo exame demonstrado melhoria deste, o que levaria a supor uma resposta à terapêutica instituída. Assim as suspeitas de qual a etiologia dos sintomas do doente recaíram sobre o derrame pleural recidivante. Só o terceiro exame sugeriu constrição pericárdica, o que levou à transferência do doente. No intra-operatório inicial a observação directa do coração não levou a pensar numa constrição grave. E o facto de parecer não haver resposta à terapêutica anti-bacilar levou a uma atitude conservadora inicial de confirmar por biópsia pericárdica a existência de pericardite tuberculosa que até aí não tinha sido conseguida. A entrada do doente em choque foi inesperada, visto este encontrar-se estável do ponto de vista hemodinâmico e respiratório e a drenagem do derrame pleural teoricamente levar a uma melhoria da ventilação. Assim e perante a situação clínica grave que surgiu com resistência à terapêutica, o facto da situação se apresentar num pós-operatório e a concomitância da febre as hipóteses de choque cardiogénico versus hipovolémico versus séptico perfilavam-se, nesta fase o ecocardiograma transtorácico não foi capaz de fazer o diagóstico diferencial, lançando dúvidas sobre o diagnóstico de pericardite constritiva ao referir duvidoso espessamento pericárdico e não atribuindo uma causa cardíaca ao quadro de choque que o doente apresentava. É de notar que os resultados do ecocardiograma em UCIs pode ser inadequado (15) na realização do diagnóstico num número de doentes que pode ir até aos 64%. Nesta altura a realização de ecocardiograma transesofágico poderia ter sido adequada (15), mas não foi possível por condições logísticas. Assim ao ser transferido para a Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente, e perante as dúvidas quanto ao diagnóstico, a monitorização hemodinâmica invasiva com a colocação de catéter de Swan-Ganz foi o único método que nos permitiu estabelecer sem margem para dúvidas a existência de um quadro de constrição, ao mostrar resistências periféricas elevadas e índice de trabalho do ventrículo esquerdo baixo  o que excluía o choque séptico e hipovolémico e equalização das pressões nas aurículas (1,7) o que caracteriza a pericardite constritiva, assim como a característica curva do ventrículo direito com dip e plateau diastólico que este doente também apresentava, mas que infelizmente não nos é possível apresentar, por avaria da registadora.

Apesar do número cada vez mais reduzido de indicações para a monitorização hemodinâmica, esta  fornece dados valiosos sobre a função cardíaca (16) e neste caso permitiu confirmar uma suspeita diagnóstica e consequentemente uma terapêutica adequada, que a ser protelada ou não executada levaria à morte do doente. Neste caso era clara a indicação para a sua utilização pois esta inclui o choque refractário à terapêutica com aminas em doses baixas e este doente foi refractário a doses elevadas e o diagnóstico da causa do choque (16).

Aparentemente a recidiva do derrame pleural pode ser atribuído não só à tuberculose mas principalmente à insuficiência cardíaca provocada pela constrição. Este caso parece incluir-se nos 50% daqueles em que a corticoterapia não foi eficaz na não progressão para a constrição, o que nos parece ser uma chamada de atenção para a necessidade de seguimento cuidadoso dos doentes que desenvolvem derrame pericárdico. Neste caso a evolução rápida e a ineficácia da terapêutica parece apontar para um diagnóstico já numa fase avançada da doença (4-6).

 

Conclusão

Em conclusão o diagnóstico da pericardite constritiva tuberculosa continua a ser demorado e difícil apesar dos novos meios complementares de diagnóstico surgidos nas duas últimas décadas. Esta demora pode condicionar situações graves com risco para a vida dos doentes. Assim e apesar da eficácia dos meios não invasivos quando persistem dúvidas quanto ao diagnóstico devemos socorrer-nos de todos os meios ao nosso alcance o que incluí a monitorização hemodinâmica invasiva. Pois apesar desta apresentar riscos bem conhecidos por nós, quando executada criteriosamente e segundo as indicações aprovadas internacionalmente pode fornecer dados valiosos no tratamento dos doentes críticos.

 

NOTA: Durante a investigação para a elaboração deste trabalho contactámos com o médico assistente do doente que nos informou que foi diagnosticado um Linfoma não Hodgkin tipo B de baixo grau de malignidade, para o qual o doente vai iniciar terapêutica brevemente. Não podemos deixar de colocar a hipótese de o doente ter desenvolvido uma infecção tuberculosa devido ao estado de imunodepressão que a patologia neoplásica condiciona.


Agradecimentos:

Dr. Jorge Zamite - Assistente Graduado de Medicina Interna. Instituto Português de Oncologia de Lisboa

Dr. José Rodriguez Santana - Interno do Internato Complementar de Medicina Interna

Dra. Eugénia Pinto - Assistente Graduada de Anatomia Patológica. Hosp. Sta. Marta

Dr. Vaz Velho - Chefe de Serviço de Cirurgia Cardio-Torácica. Hosp. Sta. Marta

Dra. Alexandrina Quintino - Assistente Graduada de Medicina Interna. Hosp. Sta. Marta

 

 

 

 

 

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