THERAPEUTIC INTERVENTION SCORING SYSTEM
(TISS-76)
Rui Moreno
Unidade de Cuidados Intensivos Polivalente
Hospital de St. António dos Capuchos
Lisboa
PORTUGAL
O Therapeutic Intervention
Scoring System (TISS-76) foi descrito em 1974 por Cullen e colaboradores, como
um método de estratificação da gravidade da doença, baseado na carga de
trabalho de enfermagem requerida pelos doentes [1]. Revisto em 1983 por Keene e Cullen [2], compreende neste momento 76 actividades de
enfermagem, pontuadas de 1 a 4 pontos de acordo com a carga de trabalho
envolvida. É ainda hoje muito utilizado, sendo o sistema de referência a partir
do qual foram desenvolvidos os sistemas subsequentes. Foi já aplicado em Portugal,
num estudo multicêntrico em 19 Unidades de Cuidados Intensivos [3].
É geralmente avaliado uma vez por dia, reflectindo o trabalho efectuado nas 24 horas prévias.
Tem sido objecto de inúmeras revisões e modificações, o que torna as suas utilizações publicadas na literatura difíceis de comparar. É para além disso moroso, dado o elevado número de itens cuja avaliação é obrigatória.
Foram publicadas recentemente algumas
simplificações do método original, como o Simplified Therapeutic Intervention Scoring
System (TISS 28) e o Nine Equivalents of Nursing Manpower Use Score (NEMS) [4,5]. Existe ainda uma versão adaptada ao uso nas Unidades
de Cuidados Intermédios (Intermediate TISS), embora insuficientemente validada [6].
Apesar de todas as críticas, permanece hoje, 26 anos após a sua descrição original, o método de referência com que são comparados todos os outros índices de carga de trabalho de enfermagem.
THERAPEUTIC
INTERVENTION SCORING SYSTEM (TISS-76)
|
Pontuação |
Monitorização ECG contínua |
1 |
Sinais vitais horários |
1 |
Balanço hídrico: Standard ( 24/24 horas) Complexo 1 |
1 3 |
Pressão venosa central |
2 |
Tratamento de hipotermia |
3 |
Pensos complicados, irrigação de fístula, enterostomia |
1 |
Catéteres venosos periféricos: 1 > 1 |
1 2 |
Linha arterial |
3 |
Algaliação |
1 |
Aspiração gástrica / sonda enteroclise |
1 |
Cuidados de úlceras e escaras de decúbito 2 |
1 |
Mudanças de roupa: Rotina Frequentes |
1 2 |
Drenagens torácicas |
3 |
Antibióticos e antifúngicos EV: 2 > 2 |
1 3 |
Tracção ortopédica: Simples Complexa |
1 3 |
Diurese forçada por sobrecarga de volume ou edema cerebral |
3 |
Substituição de fluidos (para além do nível de manutenção programado) |
2 |
Cirurgia de urgência nas 24 h precedentes |
4 |
Medicamentos em bólus EV: Programados Não programados |
1 3 |
Análises de sangue: Bioquímica Gasimetria, coagulação e/ou bioquímica frequentes ( 4 / turno) |
1 3 |
Transfusões sob pressão |
4 |
Transfusão frequentes de derivados do sangue ( > 5 / 24 horas) |
3 |
Transfusão de plaquetas |
4 |
Flebotomia por sobrecarga de volume |
3 |
Cinesiterápia respiratória |
1 |
Sinais vitais neurológicos horários |
2 |
Monit. da pressão intra-craneana |
4 |
Trat. de convulsões / encefalopatia metabólica (início < 48 horas) |
3 |
Hipotermia induzida ( < 33º C) 3 |
4 |
Hiperalimentação EV: Via central Via periférica |
3 1 |
Alimentação entérica |
2 |
Tratamento da acidose metabólica |
3 |
Tratamento da alcalose metabólica |
3 |
Potássio concentrado por catéter central 4 |
3 |
Quimioterápia parentérica |
2 |
OS ITENS SEGUINTES SÃO MUTUAMENTE EXCLUSIVOS ASSINALANDO-SE O MAIS PONTUADO |
|
Ventilação controlada, com ou sem PEEP |
4 |
IMV ou ventilação assistida |
3 |
CPAP |
3 |
Respiração expontânea por tubo (traqueostomia ou entubação nasotraqueal/orotraqueal) |
2 |
Oxigenoterápia (máscara ou sonda) |
1 |
Ventilação controlada com relaxantes musculares intermitentes ou contínuos |
4 |
Entubação orotraqueal/nasotraqueal na UCI (< 24 horas) |
3 |
Traqueostomia recente |
2 |
Cuidados de traqueostomia |
1 |
Aspiração endo-traqueal em doente não entubado |
3 |
Endoscopia digestiva / brônquica de urgência |
4 |
Paracentese urgente (tórax, abdómen, pericárdio) |
3 |
Diálise peritoneal |
4 |
Hemodiálise instável 5 |
4 |
Hemodiálise estável |
2 |
Catéter artéria pulmonar |
4 |
Pacemaker auricular ou ventricular: Pacemaker activo mesmo nos Pacemakers crónicos Pacemaker em standby |
4 3 |
Balão de contra-pulsação aórtica |
4 |
Drogas vasoactivas EV: 1 > 1 |
3 4 |
Anti-arrítmicos EV contínuos |
3 |
Digitalização (dose de impregnação nas 48 horas precedentes) |
3 |
Cardioversão (excluindo desfibrilhação) |
3 |
Paragem cardíaca ou desfibrilhação há menos de 48 horas |
4 |
Medição do débito cardíaco (qualquer método) |
3 |
Calças anti-choque |
4 |
Anticoagulação aguda ( 48 horas) 6 |
3 |
Anticoagulação crónica |
1 |
Perfusão contínua intra-arterial (p. ex. vasopressina via artéria mesentérica) 7 |
4 |
Tamponamento por balão de varizes esofágicas ou gástricas (Sengstaken-Blackemore, Linton) |
4 |
Vasopressina EV |
2 |
Lavagem gástrica por hemorragia |
4 |
1.
Cullen DJ, Civetta JM, Briggs BA, Ferrara LC. Therapeutic intervention scoring system: a
method for quantitative comparison of patient care. Crit Care Med 1974;2:57-60.
2.
Keene AR, Cullen
DJ. Therapeutic intervention scoring system: update 1983. Crit Care Med
1983;11:1-3.
3.
Moreno R, Morais
P, on behalf of the Severity Scoring Systems Study Groups of the Portuguese
Intensive Care Society and the Portuguese Society of Internal Medicine. Validation
of the simplified therapeutic intervention scoring system on an independent
database. Intensive Care Med 1997;23:640-4.
4.
Reis Miranda D,
de Rijk A, Schaufeli W. Simplified Therapeutic Intervention Scoring System: The
TISS 28 items - Results from a multicenter study. Crit Care Med 1996;24:64-73.
5.
Reis Miranda D,
Moreno R, Iapichino G. Nine equivalents of nursing manpower use score (NEMS). Intensive
Care Med 1997;23:760-5.
6.
Cullen DJ,
Nemeskal AR, Zaslavsky AM. Intermediate TISS: a new therapeutic intervention
scoring system for non-ICU patients. Crit Care Med 1994;22:1406-11.