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Free Papers / Comunicaciones libres/ Comunicaçoes livres

'PULSOTERAPIA"COM CALCITRIOL EM CRIANÇAS COM HIPERPARTIREOIDISMO SECUNDÁRIO QUE SE ENCONTRAM EM HEMODIÁLISE.

Novaes, R.H.; Zagury, A; Moraes, C.A; Montalvão, J.A; Takahashi, M.A; Leite, J.G.B; Bezerra, A.C.; Gonzalez, R.F.; Jana, P.C.B.

Hospital Geral de Bonsucesso - Nefrologia Pediátrica Rio de Janeiro - RJ. Brazil

reginahelena.novaes@globo.com

RESUMO

INTRODUÇÃO: O Hiperparatireoidismo (HPT) secundário ocorre precocemente na Insuficiência Renal Crônica (IRC). É resultado de um complexo de fatores interligados como: deficiência de calcitriol, retenção de fósforo, alteração dos receptores de cálcios presentes na membrana celular da paratireóide (PT) e diminuição dos receptores de vitamina D, principalmente na hiperplasia de PT.

A doença óssea de alto turnover se caracteriza por PTH aumentado, hiperfosfatemia e cálcio normal ou baixo (menor que 10 mg/dl).

OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi observar a resposta ao tratamento com calcitriol na forma de "pulsoterapia" por via oral, em crianças que apresentam HPT secundário severo e em programa de hemodiálise.

PACIENTES E MÉTODOS: Fizeram parte deste estudo pacientes menores de 18 anos, em programa de hemodiálise. Todos apresentava HPT secundário severo, com iPTH > 800 pg/ml.

No início do tratamento nenhum paciente apresentava produto cálcio x fósforo maior que 50, cálcio maior que 10,5 mg/dl e fósforo maior que 5,5 mg/dl. A dose de calcitriol usada foi de 1,5 mg/m2 de superfície corpórea do paciente, 2 vezes por semana.

Foi controlado mensalmente o iPTH, cálcio, fósforo, fosfatase alcalina (FA) e produto cálcio x fósforo. Em caso de diminuição do iPTH para valores 2 a 3 vezes o valor normal a dose de calcitriol deveria ser diminuída 0,5mg a cada mês.

No caso de não resposta após 3 meses de tratamento a dose deveria ser aumentada 0,5mg por mês até haver diminuição dos valores de iPTH. Em todos os pacientes foi feita Ultra-sonografia das paratireóides no início do tratamento.

RESULTADOS: Todos os pacientes que receberam tratamento com calcitriol na forma de "pulsoterapia" 2 vezes por semana apresentaram diminuição do iPTH que variou de 55,6% a 77,5%. Em todos os casos observamos também diminuição da fosfatase alcalina.

Em 3 / 4 casos estudados não se observaram produto cálcio x fósforo maior que 60, nem cálcio sérico maior que 10,5 mg/dl e fósforo maior que 6,5 mg/dl.

Em 1 / 4 casos observamos aumento do produto Ca x P, do cálcio e do fósforo, associado com diminuição do iPTH que chegou 19,6 pg/ml, aumentando gradativamente com a suspensão do calcitriol. Estando atualmente em torno de 350 pg/ml. 3/4 pacientes apresentavam hiperplasia de paratireóides, sendo 1 com aspecto nodular.

CONCLUSÃO: Esta forma de tratamento parece ser eficaz na diminuição do iPTH, mas a indução de doença óssea de baixo turnover, com iPTH baixo pode ser uma conseqüência que deve ser avaliada com cautela.