A osteodistrofia de baixo turnover reflete a perda da capacidade de produzir e mineralizar a matriz óssea. Tem 2 formas histológicas principais: osteomalácia e doença óssea adinâmica. A adinamia óssea é encontrada em 2 formas principais: induzida por alumínio e não induzida por alumínio. A prevalência e a incidência de doença óssea adinâmica não induzida por alumínio está aumentado. O que em trabalhos antigos eram considerados 10% dos pac. em diálise, estudos atuais mostram uma incidência de até 50% dos pacientes.
Alguns fatores podem explicar o aumento da prevalência de adinamia óssea: o uso de drogas como os sais de cálcio (quelantes de fósforo); o calcitriol (pode suprimir o PTH, principalmente nos pulsos intermitentes); a hipofosfatemia (reduz a secreção de PTH); o maior uso de bicarbonato ao invés de acetato como tampão na hemodiálise ( a acidose aumenta a reabsorção óssea e o melhor controle dela pode favorecer o aparecimento de doença óssea de baixo turnover). Na Insuficiência Renal Crônica (IRC) são necessários níveis mais altos de PTH para se obter um turnover ósseo “adequado”, para tal o nível de PTH deve variar entre 120 e 125 pg/ml. Concentrações séricas de PTH menor que 120 pg/ml tem, um valor preditivo positivo de 90% para o diagnóstico de baixo turnover ósseo.
OBJETIVO: O objetivo deste estudo foi estabelecer em uma população de crianças renais crônicas que se encontram em diálise, quantas apresentam PTH baixo. Segundo a literatura estes pacientes teriam um risco maior de doença óssea de baixo turnover.
PACIENTES E MÉTODOS: Fizeram parte deste estudo pacientes menores de 18 anos que se encontram em programa de diálise no HGB. Foram 22 pacientes, sendo 12 em hemodiálise (HD) e 10 em diálise peritoneal (DP). Foi considerado como grupo de risco para doença óssea de baixo turnover aqueles que apresentaram PTH menor que 120 pg/ml
RESULTADOS: Do total dos pacientes estudados 11(50%) apresentaram PTH < 120 pg/ml. Sendo 6 (50%)dos pacientes em HD e 5 (50%) dos pacientes em DP.
Em relação ao cálcio e ao fósforo somente 4 pacientes apresentavam hipofosfatemia e cálcio > 10 mg/dl , o que é a alteração metabólica mais característica da doença óssea de baixo turnover.
CONCLUSÃO: O PTH baixo parece ser um parâmetro para identificar em um grupo de pacientes pediátricos em diálise, quais os que se encontram em risco de apresentar doença óssea de baixo turnover. Este estudo deverá servir como ponto de partida para uma segunda fase, que será comprovar através da biópsia óssea se estes pacientes realmente apresentam doença óssea de baixo turnover.