LAGOQUILASCARÍASE COM INVASÃO DE COLUNA CERVICAL
Autores: Dr. Mario José Lopes Santa Cruz ¹; Dr. Nelson Machin Arias ¹; Institución: ¹ Serviço de Neurocirurgia do Hospital Geral Clínico Cirurgico
de Roraima. Email: mariojl@technet.com.br Introdução Objetivo Relato do caso Introdução Doença rara causada por um nematodeo parasita de tecidos Lagochilascaris minor que possui tropismo por músculos ou partes moles da região cervical, onde provoca lesões tumorais que podem se fistulizar ou ulcerar, com saída de material seropurulento e vermes. O mecanismo de infecção ainda não esta esclarecido, mas a hipótese mais aceita atualmente é a de Smith infecção por ingestão de larvas encistadas nos músculos e outros tecidos de animais silvestres. As larvas de terceiro estádio que se libertam dos cistos a nível de estômago do hospedeiro definitivo, por um tropismo qualquer ainda não esclarecido migram esôfago acima, rumo às áreas comumente afetadas do pescoço e circunvizinhanças (Campos et all).
Com a descrição do caso, tornar conhecida essa helmintíase de maior prevalência na região norte e difícil controle clínico que causa constrangimento do paciente para o convívio social, levando ao abandono do tratamento ao primeiro sinal de melhora (desaparecimento da tumoração com freqüente recidiva). Relato do caso
MCS, 19 anos, sexo feminino, procedente de Entre Rios, sul do estado de Roraima Amazônia Brasil, parda, com costume de ingerir carne de caça*, principalmente paca. Internada dia 04/11/97, com quadro de tumoração cervicomastoidea esquerda, com fístula cutânea* e drenagem de material serocaseoso e eliminação de vermes filiformes, bom estado geral, lúcida e orientada, normocorada, dor cervical, eliminação (principalmente flexão lateral), sem déficit neurológico. Ausência de febre e perda ponderal; ausculta pulmonar e cardíaca e exame de abdome dentro da normalidade. A tomografia computadorizada de base de crânio e coluna cervical mostrou massa cervical a esquerda, multinodulada com áreas internas de densidade de liquido e erosão do osso occipital e primeiro vértebra cervical. Realizada a limpeza cirúrgica em 27/11/97, com retirada de adenopatias e vermes filiformes vivos, curetagem de osso occipital e primeira vértebra cervical, fixação externa da coluna com colar cervical. A pesquisa direta evidenciou vermes e ovos de Lagochilascaris minor *. Realizado esquema terapêutico pre-operatorio com Levamizole 150 mg por 3 dias. No pós-operatório foi utilizado Ivermectina 12 mg ao dia, com boa evolução. A paciente abandonou o tratamento após alta para acompanhamento ambulatorial. Cinco semanas depois foi internada com tumoração cervical e retratada clinicamente com Cambendazole 20 mg/Kg/dia, por 5 dias, obtendo-se bons resultados. Fig 1
Fig 2
Fig 3 Fig 4
Discussão Apesar das alternativas de tratamento, consegue-se uma melhora clinica, sem cura efetiva. Observa-se uma agressividade do L. minor na infecção em humanos, com necessidade de esclarecer a real patogênese e a forma de infecção desse helminto. Conclusão As drogas disponíveis atualmente levam à melhora clinica, mas conforme os casos já descritos, com elevada recidiva, mesmo com limpeza cirúrgica da lesão. Salienta-se que há a necessidade, do ponto de vista terapêutico, de buscar uma droga mais eficaz para a cura e comprovação da mesma. |
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